Event Storming e o Pensamento Sistêmico: Exploração Colaborativa para Criar o Novo
Novo projeto? Novo negócio? Nova funcionalidade para entregar? Um novo processo para otimizar? Do "novo" não escapamos. Diante dele, o desafio criativo é grande. Surge carregado de incertezas e de uma necessidade de encaixe problema-solução que sempre nos colocam em uma posição de risco. É preciso descobrir o caminho, a coisa certa a ser feita, mas como?
A colaboração é um elemento importante para definir um bom caminho para a solução de um problema com tais características. No caso de se tratar de um trabalho conjunto de criação, a Agilidade defende que o melhor resultado criativo virá de uma síntese do grupo envolvido, e não de uma análise "para" este grupo. A diferença é sutil, mas definidora desse movimento.
A Agilidade é uma manifestação de um processo de transição do Pensamento Analítico para o Sistêmico. Neste último, sugere-se que cada indivíduo é um potencial contribuidor para uma síntese, ao invés de um mero recebedor de uma análise. Veja que um grupo onde as pessoas "recebem da análise" favorece uma abordagem de busca por uma solução que já se encontra em seu estado "predisposto" e, dessa maneira, o grupo se aparta do processo adaptativo de aprendizado que melhor "produz o encaixe" problema-solução. O todo se torna, assim, o resultado da produção individual acumulada para tornar real o que já foi concebido a priori. Já no cenário onde contribuímos para a síntese, a solução é produto do sistema adaptativo que é, em si, produtor do encaixe. Ao invés de predisposta, ela emerge das interações entre as partes, não das partes tomadas individualmente.
Em um cenário onde cada pessoa faz a sua parte, ou seja, trabalha de forma isolada para chegar a algum resultado, há um corte profundo nas relações, que se revela na forma de especialização funcional. Em um contexto de design, por exemplo, cada indivíduo carrega para o trabalho todo o seu processo de auto-engano. Vieses, premissas, crenças, desejos e interesses que só podem ser validados como relevantes para o todo na forma e no momento da interação. Mas como esta se dá no âmbito da função que a pessoa desempenha, ao invés de no âmbito do seu propósito coletivo, todo o foco se desvia para a realização das coisas do jeito certo (fiz a minha parte adequadamente), ao invés de se buscar qual é a coisa certa a se fazer (que demanda o confrontamento das premissas individuais diante do coletivo).
A reorientação dada pelo Pensamento Sistêmico, aliada ao enfoque colaborativo nos permitem transcender os silos e as fronteiras de especialização funcional em nome de um melhor encaixe problema-solução que minimiza os riscos inerentes ao novo.
A técnica de Event Storming é uma manifestação dessa forma de pensar. Uma incrível ferramenta colaborativa para nos ajudar no trabalho upstream. Para nos orientar na compreensão, desenho e sintetização do caminho (solução low resolution) que um grupo deve percorrer na entrega de um negócio lucrativo, uma jornada de usuário eficaz, ou um fluxo de processo eficiente.
Quer aplicar isso já no próximo "novo" que está para surgir no seu caminho?
No sábado, dia 29/04, de 08 às 12:30, estaremos realizando aqui na Software Zen um workshop para aprendermos na prática a realizar um Event Storming e assim obtermos o tão necessário "big picture" que nos ajudará na compreensão do novo negócio, da nova jornada de usuário ou da otimização do fluxo de trabalho.
Nesse evento, contaremos com o apoio e parceria da Taller, na figura ilustre de dois dos grandes entusiastas do Event Storming no Brasil, o Rafael Cáceres e o Sebastian Ferrari.
Vamos participar? As inscrições abrem no dia 18/04 com desconto especial para os primeiros inscritos.